sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Burocracia Romântica


Calei o peito
Travei a língua
Neguei a sede
Renunciei
Queria colo
Perdi a hora
No baque surdo
Me apequenei
Insensatez é desejar o que os nossos olhos mentem
O medo, sim, prevalece
E as almas nunca mais se encantam
Molhei a febre
Curvei os ombros
Passei vontade
Adoeci
Roí as unhas
Mordi os lábios
Pedi a trégua
E recuei
Coragem foi reconhecer que até os beijos nos separam
Em vão, busquei o grande amor
Aquele que jamais deu certo
Silenciei a dor
O verbo da paixão é mudo
Abala o nosso orgulho e pisoteia o coração
Quem vai me atirar pedras?
Ou nunca teve um pé atrás?
Se fui só ameaça
Então é o que lhe convém
Foi para o seu próprio bem


Foto: Ricardo S. Figueira
Música: Terminal Guadalupe

6 comentários:

Átila Siqueira. disse...

Postagem mais linda essa sua, querida Kakau. Quanto doçura nesses versos, que me fizeram viajar longe.

Venho aqui hoje te pedir desculpas pela minha ausência, mas eu ando muito sem tempo ultimamente. Prometo que venho aqui sempre que eu puder.

Muito obrigado pela sua visita.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Cá Girassol ♥ disse...

Oh Kakau que sutileza tem sua escrita! Fenomenal, eu diria.
Bravo!

Juh Ramos disse...

vc sempre me impressiona sabia????

Anônimo disse...

Muito bem escrito.


Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Thiago disse...

é que ameaças assim são saudáveis Kau! E quase sempre faz bem!

Átila Siqueira. disse...

Kakau, deixei três selinhos para ti no meu blog.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.